Aniversário no Lousanense

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A minha vida está a começar, atendendo às estatísticas. Mas de todas as conversas que oiço, não há uma única que me desperte o interesse. Como são os adultos capazes de tratar a vida de um modo tão banal? Como falam apenas dos seus “brinquedos”, das suas doenças, quando existem carradas de assuntos por tratar? No fundo, só vejo iguais. Os meninos são presunçosos, as meninas têm a mania que são crescidas. Nos senhores baila aquele sorriso de malandro, soltam aqueles risos/grunhidos. As senhoras tomam, algumas, as atitudes mais porcas e indecentes de se poderem imaginar, mas em todas reside a expressão: “isto é tudo nosso”. Há quem me lance um olhar inquiridor, por estar a escrever. ha-a-a. ha-a-a. “O nosso povinho resume-se a isto!” diz a minha mãe. Nem imagina a razão que tem para este escrito.
Mergulho a cabeça nos braços e esqueço que aqui estou. Demora mais que o desejável.
Bendito seja este malvado lenço da carteira da minha mãe. Até a caneta das minhas colegas deu jeito. Se não fosse a minha escrita, não sei o que seria de mim.
Esta pobreza de espírito é DEPRIMENTE. Pobreza de espírito: é essa a expressão ideal.
Aguentar-me sozinha tem sido difícil. Porque eu tenho dois tipos de timidez: por desespero e por classe. Este último tenho-o em relação aos meus colegas. Com eles chego a sentir-me em família. Mesmo com os professores.

EQM

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Não houve visões do tempo passado, não houve verdades claras como água.
Oco vazio, só um pânico profundo e um pensar que não passava dali...
Morte lenta, o que é que eu faço?, não vou conseguir respirar, faço barulho, caio? o que É QUE EU FAÇO??!!, tento chamar gritar atropelo-me quem eu quero? sai-me mãe, na minha VOZ!, da minha garganta MÃE! sai-me e agarro-me a essa esperança e grito mais MÃE!MÃE!
e ela escorrega-me garganta abaixo e acalmo-me, está tudo bem.
Pensei que não passava desta.
Nunca mais masco pastilhas no banho.

The Dark Defender

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Indivíduos choram, no chão, caídos, despedaçados, destroçados, dis-trocidos, esquartejados, estripados.
Indivíduos choram de embriaguez de puta vida, injusta.
Indivíduos choram, vítimas.
E, então, vêm os vingadores fazer justiça pelas próprias mãos.

E enquanto mal-produzo

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E enquanto escrevo lixo
Escrevo
E enquanto as maçãs são caras
Escrevo
E enquanto as metáforas escassam
Escrevo
E enquanto todos dormem
Escrevo.
Escrevo enquanto durmo.

Das ist freewriting

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Eu falo o que escrevo
E o que escrevo é descargo
Consciência retratada
Reciclagem de palavras
Doente da vida
Sóbria do pensamento
Comportamento fúnebre
Atitude afirmada
O que escrevo não me diz nada
Hoje não tem significado
É freewriting,
Escreva livre
Mente pura
Como vem
Pensar
Não quero
Significado
Não gosto
Gosto de
Ser livre de ser.

CNS

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CNS
Como um todo. Eu? Zarabatana e arco. E um espada, para emergências.
Morte certa. Mas que importa? Caminhamos para o suicídio, propositadamente. Cinco contra centenas.
Treinos de anos.
Tiros certeiros.
O mundo é todo nosso. Todo meu.
“Guerras sem objectivos, sem inocentes”.
Gosto-me.

L2oo9 P2oo8

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Diário de viagem.
Já não disse para acabar com o tom de diário?
Esqueçamo-lo.
A vida é feia e o mundo é podre.
Sujo.
Ao contrário do meu caderno limpo e organizado.
_
Faltam cá pessoas.
O mundo é estranho e vamos morrer todos.
_
O pessoal vem para a escola
Confiante de que os amigos se mantêm
De que podem esperar sempre o mesmo.
Não me espantava se um dia chegasse
E encontrasse hostilidade.
Não me espantava, como Edgar Perry.

Passa-Tempo

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Tic-toc naquilo que sou. Regresso no tempo. “Reflicto naqueles momentos desperdiçados/Com aulas, …”.
Que tempo oco! Para que serve? Para escrever.
30 minutos a menos na minha vida. Aproveito-os para escrever.
Trabalho vou ter muito quando chegar a casa e bater o texto. (A computador.)
_
Escrevi tanto hoje! (Obrigada, Joanna). Perdoem-me os que lerem.
O Escreva!, o Escritos Dispersos.
E o Crónicas do Lodaçal, porque não estou a escrever para ele.
ACABA COM O TOM DE DIÁRIO AGORA!
_
Fim.

Irrealidades existenciais

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Palhaços até dos gostos conformistas. Porque amam tanto aqueles que têm dinheiro, mais dinheiro que eles?
Adoremos o Pai Natal, por não existir. (Como Deus? Não, os que o adoram acreditam que ele existe. Os outros não.)
Adoremos o cérebro, a maquina criativa que nos dá fogo de viver. Sem cérebro eram os insectos e ninguém se preocuparia como o mundo.
Adoremos a imaginação e a criatividade. Principalmente os sonhos. Não justifiquemos as nossas adorações com as nossas crenças.
Que interessa que nos chamem loucos?
Não acredito no Pai Natal, mas adoro-o. Não é real, mas existe.
Se não existisse, não poderia falar dele. Existe mais que algumas pessoas reais.

Quando eu era pequenina

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Há já tanto tempo que queria ter escrito isto! Porque nunca? Deve lá estar escondido numa metáfora. Metáfora da vida. Realidade. Metáfora de textos. Maças. Metáfora literal do mundo. Lodaçal.
Olha, fui eu que escrevi. Kawaii.
E os fantasmas da Nostalgia? Voltaram.
Serão nostalgia ou serei eu assim?
Um vestido como o da minha infância? Ou um vestido porque sempre preferi vestidos?
Será?
Nostalgia? Metáfora de mim?
De mim nascida para sofrer?
Fui real, verdadeira na infância. Porque não havia regras de etiqueta. Então a nostalgia não é da infância, é de ser verdadeira.
Conclusão bonita.
Linda, no meio do lodo ranhoso.
(Do mundo.)

Manifesto das Metáforas

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Metáfora da vida?
Metáfora da vida somos nós.
Pessoas.
Metáfora da vida.
É a realidade.
O físico. O material.
Nós vivemos no mental.
No psicológico.
Da metáfora recebemos sinais
Por intermédio de órgãos captadores.
Que informação não é distorcida?
Só somos nós no pensamento.
Nós, verdadeiros.
Só somos verdadeiros na massa cinzenta.
Tudo o resto é só nosso, não nós.
Meu braço, meu olho.
Talvez o mundo nem exista.
E eu esteja sozinha.
Quem sabe?
Há tantas pontas soltas.
Que sei eu?
Que uma dada activação eléctrica no meu cérebro me faz ver.
Não estará outrem a reproduzir o mundo?
Nada.
Nada sei.

Sejamos realistas no café

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Os expoentes da nobilidade, peço perdão por escrever muito, são fora ou cegos, ou não existem, agora.
São forças que nos prendem ou, não eles, a boa educação, nos prendem à mentira.Conveniência… mentimos para parecermos simpáticos, mentimos aos outros, mentimos a nós próprios, hipócritas da vida, eterna desonestidade.
Confirmado, confirmamos o nosso existir.
E eu, que sou quem mais me importa, átomos e células importantes!, bocejo e adormeço para esquecer, como beber, (d)o ranho do mundo.
Criando e imaginando, onde finjo que sou feliz…será que ser feliz vale a pena? (A felicidade está sobrevalorizada.)
Males destes tempos sóbrios.
(A realidade está sobrevalorizada.)
As ligações sinápticas existem, a imaginação é a maior ferramenta humana.
E eu sou eu. E um pouco dos outros e daqui e do antes.

Central nervous system

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Do porquê de metáfora escrupolosamente escolhidas. Metáforas ou meros pensamentos? Desde quando são os pensamentos meros? Voltando à metáfora. Não é, de modo algum. Quisesse eu uma, dizia-o. Como no Lodaçal, crala metáfora. Aqui não. É como que um desejo do vagamente imporvável. Ou antes, improvável bastará.
Um desejo do nunca vivido, do Central, neste Nervoso Sistema, tão desorganizado.
Metáfora nos CNS? Só a do Central Nervous System. Tudo o resto é verdade. *

Vos adoro.

Era, mas não

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Era
Provir do descanso
Este mundo manso
Ser imortal a inteligência
Universal a sapiência

Era
Uma tranquilidade suprema.
Mas o velho dilema
Revela-se por fim


As pessoas são ocas
E ninguém vai por mim.
Mentes puras são poucas,
Decentes inexistentes.
Que vida vencida.
Que alguém se decida!

Outra metáfora

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Minhas maçãs. Naturais, colhidas da raiz. Verdes, ácidas. Ou, então, sumarentas, graciosamente estaladiças. Três modos diferentes, todos tão deliciosos! Como adoro as minhas maçãs! Têm preço, algumas, mas não as compro com prata e ouro. Antes com lágrimas, melancolia, saudade, nostalgia. Ou com sangue. E ainda há aquelas que recolho da terra, à sombra da Macieira. Seja como for, trago-as sempre num saco de papel, daqueles que transbordam dos braços, abraçando-as com força.

Calor

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Aqueceu.Começa a cheirar a quente, um suor pegajoso, com terra e lama quente. Como odeio estes dias. No frio, o mau cheiro perde a força perante o nariz gelado, como se nos individualizasse.O frio toca-nos como mentol, frio, individualista, como se o mundo se nos cheirasse só a frio. Aquela glória dignificante do frio.Mas este calor peganhento que nos atrofia a mente, nos torna moles, é o palco dos maus cheiros e faz dançá-los pelo ar, somos todos os mesmos, o mesmo lodaçal quente.

Boas-vindas

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Que amargura de vida!
Obrigam-nos a viver esta vida porque, como dizem, "tem de ser".
Porque "precisamos de nos sacrificar", como quem? Como Cristo no espeto?

Perdoem-me, não sou cristã. Não vou em conversas dessas nem em sacrifícios assim.

Se sofro, não tem de ser como vocês mandam.

Deixai-me ser construtiva, porra!

Voltem-me com essas ideologias que vos mando a todos à merda!

Podridão de gente conformista nesta ditadura deste lodaçal, o quanto vos odeio e à vossa mesquinhez!