Gosto de mim

Um certo mal que me faz
Perdendo este tempo que não sei de quem é
Sem sentido, sem rumo, sem orientações

Mas se à felicidade não sei se a quero
Ou talvez como a alcançar
Tudo me envia rumo ao desespero

E triste e desorientada
Arquitecto trampolins na estrada
Como quem gosta de voar

Um dado ópio que me atravessa as veias
As traqueias, um leve fumo
Penso e descanso
Pois o futuro há-de chegar




E um ridículo sempre ajuda
Um apetitoso rasgo de demência
Tiquetaqueando pela casa fora

Num hospício de insanidade mental
Prevejo que o meu ser deveria estar
Mas um ponto me impede

Nada me impede de ir pelo abismo
Excepto o quê? Eu ou os outros?
Morte certa de quem é louco
A loucura é um dom que tende a invejar

Marcho pelo fumo adentro
Já fiz quatro tercetos e três quadras
Sem rimas nem métrica, não-poesia
Sou eu, sou eu, viva! =D