Conto da noite (ou a morte da borboleta que caiu enquanto ascendia aos céus)

por Adriana Gaspar de Matos, composto após a meia-noite do recém-chegado dia 10 de Janeiro de 2010, à memória de Joanna Sophia de Carvalho Matias, querida amiga, (e)ternamente nos nossos corações.

1h00 "Olha," aponta um dos irmãos para a janela em frente, "que é aquilo no parapeito? Será uma estrela?", "Não, é uma borboleta." Debruça-se a borboleta para o voo. "Oh, mas mano, a borboleta caiu.", "Pois foi, vê, tinha as asas partidas.", "Mas quem teria tamanha crueldade que despedaçasse as asas de uma linda borboleta? E que fez a inocente de mal para o merecer?", "Nada, mano, a justiça é uma ilusão, nem todo o dinheiro do mundo lhe poderia devolver as asas e o imbecil até já anda em casa."
1h23 "Há luzes lá fora.", "São as ambulâncias?" O irmão hesita e responde "Não. São fadas que a levam a voar de volta ao céu."

1 críticas: (+add yours?)

lerrnst disse...

os momentos não nos deixam, mas podemos introduzi-los como aprendizagens nas nossas vidas, como os cortes de poda nas árvores deixam uma marca mas não as impedem de crescer.