Vou professar os quatro cálculos aos quatro ventos.
Vou praguejar contra a maldita falta de lucidez da sociedade devoradora de mentes diferentes do que querem que sejam.
Vou assissassinar os que me interrompem quando escrevo, porque se perde, assim se perde uma boa ideia que não recupera, perdida nas profundezas do abismo da criatividade, exponencialmente maior que a realidade.
Vou declamar um manifesto que faça a humanidade recuar e esconder.se em vergonha da crueldade que manifesta ser.
Vou entornar tinta, ternamente, sobre o espaço em branco que convida e desafia.
Estou sozinha, como AnnE, estou sozinha, tão rodeada de pessoas e, ainda assim, tão sozinha.
Vou ensaiar palavras e gestos que nunca hão-de subir ao palco, porque, no momento em que o pise, esqueço-me das minhas linhas.
Vou ver-te. Não que faça grande diferença.
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