Já foste

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Ele olhou para o céu. Era um dia especial.

A árvore já estaria farta da sua existência. Decidiu sair.

Chegou-se mais para a ponta do ramo.

Finalmente. Era a primeira vez que ia voar.

Abriu os braços e saltou. Abanou muito as mãos.

Fechou os olhos. Sentiu o ar a bater-lhe na face e a despenteá-lo.

Um pensamento de um segundo atravessou-lhe a mente:

"Não deveria ter começado mais em baixo?"

Depressa o abandonou. Não iria falhar o seu primeiro voo.

Ouviu um grito dentro de casa. Parecia-lhe a sua mãe.

Sorriu. Teve outra hesitação, mesmo ao pé do chão.

Ia-se estatelar. Convenceu-se a um metro do chão de que conseguia.

Abriu os braços e impulsionou o corpo para a frente.

Deve ter batido num pássaro, ou assim, porque sentiu uma pancada.

Mas, depois, voou como nos sonhos se voa.

Mini-contos em 6 palavras (ou menos)

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*Ele gostava de Beatles. Eu não.
*Aos sábados, ouviamos Antena 2.
*A minha vida foi um beijo.
*Eu morri. Reincarnei como um gato.
*Separaram-se e um foi viver para Carnaxide.
*Deitou-se cedo e nunca mais acordou.
*Reformou-se velho, paralítico. "E agora?" perguntou-se.
*Ele veio viver para a cidade. Matou-se.
*Ouvia vozes. Deram-me medicamentos para esquizofrenia.
*Fui ao psiquiatra pedir um autógrafo.
*Resultado da autópsia: cancro da mama.
*A minha vida foi em vão.
*Almoçámos peixe. Engasguei-me e morri, lentamente.
*Ruínas majestosas, imponentes. Demoliram-nas. Construiram prédios.
*Declaração de expropriação: tem até amanhã.
*"Amo-te". E seguiram as suas vidas.
*Há formas melhores de se morrer.
*E nunca foram felizes para sempre.
*Ganhei fama e fortuna a escrever.
*Ele saiu e nunca mais voltou.
*E acabou terrivelmente mal, como sempre.

"Libertos das amarras do arrependimento"

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"-se morresses amanha, arrependias-te de nao teres feito algo?"

Se adoeço até pensar dói,
Não por o sofrimento provir do pensamento,
Mas porque as ligações sinápticas lá estão
E parece que acentuam a dor de cabeça.

Eu sei que não é verdade,
Que o cérebro não dói,
Mas hoje estou doente,
Mal consigo pensar
E os irrealismos podem-me sempre parecer realidade.

Hoje ainda estou doente,
Não tanto como tenho estado,
Nem conseguiria escrever;
O suficiente para magoar.

Agora, mais que sempre,
Que tantas são as vezes que penso nisto
Quase nunca com esta intensidade,
Reflito naqueles momentos desperdiçados
Com aulas, trabalhos de casa, estudos
Que me foram ocupando a vida
Sem que eu me pudesse defender.

Se eu morresse de febre
Hoje, até, quem sabe
E esta tivesse sido a minha vida
Que vida teria sido esta?

Se houvesse uma bomba no metro de Paris
Qualquer outra desgraça
Que me tirasse a vida
Ou qualquer outra capacidade
E se eu o soubesse de antemão
Que teria eu feito?

Mas chego sempre à mesma conclusão.
A de que, afinal,
Não importa quando morra
Que tem tudo sido em desperdício,
Excepto, talvez, Paris, Vigo e mais,
Que o tempo não volta atrás
Nem pára
Que não posso voltar à minha infância,
Minha juventude
Que, enfim,
A minha vida é oca
Que ma impuseram oca
Que a planeio oca
Que todos oca, oca sempre

É como se morresse um bocadinho
A cada bate do relógio
Porque não posso recuperar esse momento
E choro esse momento a cada seguinte.

E os outros dão-nos os modelos
Os pressupostos momento de felicidade
Os casares, os teres filhos, os tirares boas notas
Os seres aclamados, os tantas, mas tantas
E tantas que eu não me sinto feliz com elas.

Queria uma vida que valesse a pena
Queria ser mais que um esteriótipo, marioneta
Que faça o que faça
Não serei digna de saber qual a minha hora
Porque não será o agora pelo depois,
Para compensar o antes
Que merece ser chamado de vida humana
Mas agora pelo agora,
Simplesmente por agora,
Libertos das amarras do arrependimento
Porque o antes não interessa
E o depois está para vir.

Mas quem nos deixa ser nesta sociedade?
Lá vamos nós pela mão dos adultos,
Dos crescidos,
Dependemos deles
E são eles que nos enchem,
Como foram, outrora, enchidos
Desses momentos de desperdício,
Dos quais nunca nos libertamos.
Coitados, querem-nos fazer felizes,
Dar-nos um futuro.
Fazem-nos pensar que o objectivo é ser adulto,
Quando, mais que o agora,
O objectivo da vida é claramente a infância
E a restante vida é um mero objecto
Para dar origem a mais infância.

Quando o descobrimos é tarde de mais,
Tentamos alegrar o mundo com mais infâncias
E o mundo agradece-nos
Desperdiçando-lhes todos os momentos,
Relembrando-lhes de que têm de pensar no seu futuro.

A dor de cabeça já fraquejou um pouco.
Sabes que mais?
Não choro estes momentos que não prestei atenção
Às coisas da aula,
Que escrevi, ao invés,
Porque escrevi um bom escrito
Que valeu bem a pena de viver,
E não foram desperdiçados.
Já posso ser feliz
Se morrer agora, morro descansada.

"-isso não seria um bocado hipócrita?"

Claro embaraço

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Todos os dias a tortura

Vestir-me conforme;

Não premite mais a loucura

Que não saber como fazê-lo.

Falho na adaptação.

Mas tenho esperança

De que se representar

Talvez possa fingir sem ser

E ser sem me trair

E saber ser (fingir) socialmente.

"E mentira está em ti."

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Para Alberto Caeiro.
Em jeito de resposta minha.

"«Olá, guardador de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?»

«Que é, vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti o que te diz?»

«Muita cousa mais do que isso.
Fala-me de muitas outras cousas.
De memórias e de saudades
E de cousas que nunca foram.»

«Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti.»" - Alberto Caeiro

Tal como um livro é menos vazio
Do que letras pintadas a tinta,
Também o vento me diz mais que
Ar em movimento.

"É o frio que vem!",
Diz-me o vento de Inverno
E despenteia-me, saboreio-o,
Suspiramos.

Vamos partir ambos,
Ele mais cedo e depressa que eu,
Mas um dia juntos.
Despeço-me, até para o ano.

Devaneio Inverno

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Passa o vento, em devaneio,

Esfria o mundo, gelo por dentro.

A chuva vem, mas não cai neve,

Lava o mundo de desilusões.

É Inverno mas não faz mal.

Agasalho-me, e é confortável,

Sento-me confortavelmente à lareira.

Só a pura neve branca

Teima em não cair

E assim se passa o Inverno

Com o nariz gelado.

Se eu falo (eternamente incompleto)

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[eternamente incompleto - por causa do Samuel ¬¬, e que ninguém mais se atreva a distrair-me quando escrevo]

Todos me dizerm que estou maluca
Se começo a falar sozinha.
E eu calo-me.
Porém, não me acharia íntegra
Se não ficasse a remoer
(Que fico),
Sobre quem será mais maluco
Se eu, que penso e falo para mim mesma,
Se os outros, que são ocos, quem sabe,
Ignorantes do mundo,
Atrevendo-se a não pensar.

Estreia

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Não tenho coragem para escrever nem um vocábulo
E enfrento o medo de mim própria,
Da caneta a roçar o papel,
O medo de tentar ser e assim não ser,
De tentar ser grande
E escolher o caminho à estupidez.

Por isso escondo-me de me estrear
Num mundo de pensadores
Para que não nos estraguemos,
Tanto o deles como o meu,
E para que possamos viver em conformidade,
Sem que eu me avarie.

Boa sorte (se fosse), Adriana

A Esquizófrenia é a Alma do Negócio

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[Para o Rafael]
O que é essa gente que procura Deus senão esquizofrénica? O que distingue aqueles que falam com personagens imaginárias e creem nelas daqueles que rezam, falando com Deus, e que vão à missa?
Só porque muita gente me diz que o senhor deus é real, não quer dizer que eu acredite nele.Só porque muita gente me garante que Edgar Perry não é real, não quer dizer que eu deixe de pensar assim.
Só porque são muitos, não quer dizer que tenham razão.
Ora, sou esquizofrénica e tenho todo o direito a sê-lo.

Simples

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A explicação psicológica para os meus escritos resumem-se nos seguintes propósitos (É assim): O meu cérebro transmitiu, para o meu organismo, informação para se movimentar (Eu fui), num momento em que o Sol, lá tão alto, iluminava tantos seres e lhes dava vida (um dia), para, na verdade, eu me cingir às funções realizadas pela zona frontal (ao mercado) e encontrar-me para que pudesse trazer ao papel (comprar) inspiração para mais um (meio quilo de maçãs). E assim se resume a minha simples mentalidade, regateando e perdendo.

Os Insectos são Deus

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[Para o Samuel]
O corpo inicia a sua decomposição. O banquete começa. As moscas põem os seus ovos. As pupas eclodem e vão para Sul. Sudeste e Sudoeste, por vezes, mas nunca para Norte. Os Insectos são Deus porque recebem o corpo com o seu banquete divino. Os Insectos são Deus porque fazem da morte vida e prosperam. Os Insectos fazem tudo e vão a todo o lado. Os Insectos viveram desde sempre e para sempre. Os Insectos estão em todo o lado e sobrevivem em todo o lado. Os Insectos sabem tudo porque compreendem o que realmente importa: viver aquilo para que somos feitos.

História de uma folha

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[Para a Giselda]
Uma árvore criou, um dia, uma folha e várias irmãs.
Durante a Primavera, manteve-se verdinha, como as irmãs.
Chegado o Outono, ela e as irmãs mudaram de cor e prepararam-se. Prepararam-se para cair. Prepararam-se para lutar.
Quando os primeiros ventos se ergueram, a folha resiste. Depois apareceram as geadas e a folha não aguenta mais e cai. A folha começa uma nova aventura, num mundo desconhecido, fora dos ramos da mãe árvore.
O vento passa e a folha, que mais poderia fazer?!, deixa-se levar, varrida pelo sopro que atravessa as ruas.
O vento acalma e pousa a folha, no jardim.
Então, aparece o varredor que apanha a folha e deita-a fora.
Qual quê? É uma folha que, por mais insignificante que possa parecer, já tem experiências, já tem uma história. É uma folha que ultrapassa o seu valor. É uma folha que se deixa viver.
[V2,E2,O5ºI,SMS,FP]

Ainda me lembro.

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[Para o Francisco P.]
Já passaram 3ooo anos. A infância já se foi, o que foi?, mas é a única que me lembro. Era um riso eterno por uma palhaçada. Uma brincadeira, por tudo e por nada, de qualquer maneira. E uma tristeza rapidamente esquecida, pois nenhuma é importante. Agora crescemos. Tanto que mudou em 3ooo anos! Mas ainda nos rimos por menos de nada. Agora, és um extraterrestre marítimo cuja espécie comunica através do riso. Longe e o que importa? Ora, esquece lá isso! Dá cá um abraço e até à vista. Até daqui a 3ooo anos.

Manifesto Outono

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Sentada e melancólica. É como o vejo. As árvores perderam o monótono uniforme. O verde tornou-se verde, amarelo, laranja, vermelho, castanho, roxo. O todo tornou-se na parte. E o vento, macio e rebelde, abraça as folhas e deixa que a gravidade as pouse no chão. E o caminho enche-se dessa camada, desse tapete colorido, num quadro mais belo que qualquer cidade. Depois das chuvas lavandeiras, vem o manto branco e fresco que anuncia um bom Inverno.
Assim se vai Novembro.

A Verdadeira Conspiração (ou Esperança)

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[Dedicado a Edgar Perry]

Tentamos. Começamos por nos parecer com eles. Procuramos. Encontramos o seu controlo: filmes, livros, TV. Avançamos. Começamos, aos poucos, a introduzir coisas novas. Modificamos. E as mentes vão mudando, inconscientemente. Infringimos. Determinamos o que é fixe em função dos nossos interesses. Prevalecemos. Somos grandes e invejam-nos. Reinamos. Nascem novos seres com linhas de pensamento. Dominamos. Cultura mudade. Sociedade desestupidificada.

A verdadeia inspiração (Corrigida)

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[Também não foi a minha ideia inicial, mas sempre está mais próxima.]

Cagai no mundo, nas mentes e nas pestes.

Desprezai os vazios, os que quizerdes e os outros.

Escutai aqules, os que não vos abandonaram.

Mas principalmente falai alto e grande. Pois sois vós que realmente importais aos vossos olhos.

Reflecti neste conselho para vós.

A verdadeia inspiração (Conselho)

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[A verdadeira inspiração veio quando não podia escrever e, quando pude, foi-se. Por isso este não é a minha primeira inspiração, nem a dor fingida.]
Cagai nas vestes, no aspecto. Desprezai essa gente que se preocupa com isso. Escutai o outro, quando é correcto. Confrontai aquele que quer ser submisso. Acabai com aquele que quer dominar. Preincipalmente, falai com alma e persuasão, convencidos de que tendes razão, para as multidões que hão-de chegar.
Para que vos preocupais com o mundo, com os pensamentos do mundo, com as opiniões do mundo?
Libertai-vos do mundo, e sereis felizes.

Desensaio sobre a morte

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Não quero falar sobre o fim,
Vou ter depois muito tempo para o matar.
Mas surge uma dúvida em mim:
"Como será acabar?".
E não respondo, por agora,
Não é nisto que desperdiço o meu tempo.
Mas reflito, pela vida fora,
Desperdiço um bom momento,
Só na dúvida do que demora,
Do destino de toda a gente.
O meu cérebro há-de perecer
Sem que descubra o meu eu
E, sem que eu descubra o meu ser,
Para os outros, só mais um morreu.

Para quem servir

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Eu não te quero estragar com o mundo. Pena quereres fazê-lo sozinho. Nunca poderei falar contigo, nem perguntar "será que viver vale a pena?"
.Não poderemos ter pena dos ignorantes felizes nem invejar a sorte dos loucos. Não. Estragado com o mundo, serás como os outros, um triste de um feliz estúpido. Viverás como se nunca fosses morrer, morrerás como se nunca tivesses vivido. Sem pensar. E eu, para já, vou continuar sozinha, comigo e com o espelho, a pensar...

O que eu queria agora era...

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[Para a Ângela]
Eu fui um dia ao mercado comprar meio quilo de maçãs. Entrei no mercado e era tanta a algazarra que não encontro a tenda das maçãs.
O Mercado cheira a maçãs.As maçãs sabem a algazarra. A mercado.
No mercado, encontro a tenda das maças e compro meio quilo. De maçãs. E, com meio quilo de maçãs no saco, saio do mercado. Já não volto hoje ao mercado, fui naquele dia comprar maçãs. Mas...
Roubo a última maçã do saco. Vou ao mercado comprar mais.

[o3.12.2oo8 - o:35 - finalmente descobri o que são as maçãs... custou mas chegou]

ATÉ ATINGIR A PERFEIÇÃO

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Parados. Ocos. Nada Mais.

Vazios. Repetidos. Que mais?
Pois.

Nem aqui. Nem além. Nada!

Nada! Só... O que me falta?
...
Caminhar à perfeição, desejoso já finito, visão poética que não estagna, que repara, nunca dogmática à perfeição.

Noite sem Lua

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Noite sem Lua.
Um cometa flutua.

Paro, um pouco, à beria-mar,
E deixo-me, por enquanto, levar
Por um discurso
Que nada me diz
E, enfim, escapo por um triz
A uma mentira com garras de urso.

Volto para casa à Meia-Lua,
Perdão, à Meia-Noite
E caio em mim.
Enfim.
Não saí.
Quem és tu?

Imaginação.
É de dia, ainda.

Ensaio

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O arco salta alegremente de corda em corda. Para cima, para baixo, depressa, mais depressa!

E os dedos deixam-se levar pelo ritmo, formando a mais espantosa melodia.

O ser já não é ser, é uma máquina impulsionada pelo ramo musical da arte.

Não há consciência, não há vontade própria.

Só um transe.

E uma melodia fantástica de Vivaldi, Mozart ou Bizet.

O meu Sonho caiu

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O meu sonho caiu à beira-mar, num dia de chuva. Ele caiu e eu aborreci-me. Não sonho mais à beira-mar, porque não há mais que sonhar quando se existe no sonho.

Aborreço-me.

Aborreço-me, porque, sem sonho, mesmo estando num, não há esperança, e, sem esperança, a vida é só vida, vida oca.

Porque, sem sonho, não há loucura naturalmente chocante.

Que aborrecido que é estar agora à beira-mar!

os vencidos II

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O inimigo não foi vencido e pretende continuar. Para nós, mais uma batalha perdida, tão grande a guerra para travar.
Um inimigo que subsiste através de gerações.
Um inimigo tão difícil de pôr travões.
E apesar de lutarmos por nós, sinto-me a fraquejar.
Já não sei, já não posso, não consigo continuar.
Quem somos nós?
Somos os pensadores, os poetas
os pintores, os atletas
os escritores, sem limites, sem metas
quem procura a fuga à decadência
num mundo
onde cada vez menos
se pode viver
sem se ser
outro
sem se fingir
não ser
quem é
quem sou?
já nem sei.
já não sei se vale a pena.

os vencidos

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(Nota: ler com Sonata ao Luar de Beethoven)

deixa-me morrer um

bocadinho. só um

bocadinho. só por

morrer. deixa-me

alguém a substituir.

uma marioneta, não faz

mal, é só para imitar.

ninguém dá pela

diferença.que me importa morrer? só

com o que cá ficar. por

isso põe um fantoche

no meu lugar. não

precisa de falar (eu não

falo), não precisa de sentir (eu finjo que não

sinto), não precisa de

saber (eu não sei se sei).

para eu parar. para que

eu morra sem medo do

que vou deixar.Sucesso é quando eu faço o que sempre fiz, só que todos percebem.