Desensaio sobre a morte

Não quero falar sobre o fim,
Vou ter depois muito tempo para o matar.
Mas surge uma dúvida em mim:
"Como será acabar?".
E não respondo, por agora,
Não é nisto que desperdiço o meu tempo.
Mas reflito, pela vida fora,
Desperdiço um bom momento,
Só na dúvida do que demora,
Do destino de toda a gente.
O meu cérebro há-de perecer
Sem que descubra o meu eu
E, sem que eu descubra o meu ser,
Para os outros, só mais um morreu.